21 de mar. de 2017

Depoimentos: O que sentiu na prática quem passou pelo tratamento com EMDR - Parte 2

 Olá! Neste segundo momento de depoimentos, trouxe alguns casos de homens que tiveram benefícios com o EMDR. Para o homem, um ser muito racional, que deseja resultados rápidos e efetivos, deseja não sair de sua rotina nem mudar seus planos para encaixar as mudanças que a terapia traz, o EMDR serve perfeitamente. Um deles, o primeiro caso que vou citar, já vinha de longos anos de terapia, com mais de uma profissional, mas sempre com aquele sensação de que faltava algo. Este algo, ele sentiu com o EMDR. Acabou parando o tratamento antes que tivéssemos resolvido tudo o que era necessário, mas mesmo assim, já teve outro olhar frente ao que sentia. Já o segundo caso, nunca tinha feito terapia. Homem de negócios, correndo no dia-a-dia, sem dar atenção aos medos bobos que vivia. Até que um colega de trabalho me indicou. Resolveu ver qual era desse tratamento. Tratou mais do que apenas um dos medos que trazia. Grande resultado!

"Na minha rotina, eu muitas vezes me deparava com um tipo de situação que me causava muito medo e me fazia me ausentar dos lugares - ou sentir uma grande angústia caso não o fizesse. Era algo que prejudicava meus compromissos pessoais e profissionais. O EMDR me ajudou a quase eliminar este medo específico e hoje vivo as mesmas situações do passado sem a carga emocional que antes tomava conta de mim."
JFR, 34 anos

 O que acontecia aqui era que algumas situações traziam de volta a sua "criança interna", que estava ferida, com medo, acuada. Quando conseguimos acolher essa criança, protegê-la e fazê-la se sentir bem em se mostrar (sem se expor), ele conseguiu não sofrer mais nestes momentos.

 No segundo caso, o paciente veio tratar uma situação bem específica: medo de temporal. Inicialmente parece um medo bobo, mas muitas pessoas passam por isso e só quem sente sabe o estresse que o cérebro gera no corpo quando as nuvens no céu começam a escurecer e a previsão da meteorologia anuncia vento forte e chuva.

 "Estou bem. Às vezes até me surpreendo quando o tempo se prepara de maneira "nervosa" (temporal), não entro em pânico. Procuro administrar a situação conforme o tratamento recebido pela minha Terapeuta. (...) É horrível conviver com este pânico que vai tomando conta da gente. Muito obrigado por ter me ajudado."
AP, 52 anos

 Nas pequenas atitudes do dia-a-dia, ele se deu conta de que aquilo não lhe incomodava mais da maneira intensa como antes do tratamento. Se preocupava sim, mas como todos os demais... Não era mais um descontrole emocional e físico, que o fazia largar tudo e voltar correndo pra casa ou correr para um lugar "seguro", como um shopping, onde não veria nada, caso houvesse algum estrago ocorrido pelo vento.

 As coisas que vivenciamos no passado não podemos mudar. Podemos sim mudar nossa forma de enxergá-las, de vivê-las, de senti-las. O cérebro vai transformar aquela memória que foi fixada de forma doente e distorcida, fixando num novo lugar a memória mais adaptativa. Quando se tenta acessar a memória traumática, não é mais possível. Se tem acesso à nova memória, adaptativa e racional, aquela que não traz o aperto no peito, não faz as mãos suarem nem o coração acelerar. A memória criada para fazer a razão falar mais alto que a emoção e permitir, assim, que as dores fiquem no passado.