30 de mai. de 2012

A vida mais fácil de se viver!

Como é maravilhoso, com menos de um ano de prática de EMDR, ouvir meus pacientes falando da mudança que sentem em suas vidas...

São aquelas que não sentem mais pânico de falar em público, ou de apresentar um trabalho no curso ou no serviço;

É aquela que agora consegue falar o que pensa, sem permitir que os outros façam e digam o que querem;

Aqueles que agora conseguem se priorizar, dizer "não" quando acham que devem;

É aquele que não tem mais medo de situações diferentes, de se sentir ameaçado por quem nem conhece ou inseguro e incapaz de fazer bem sua tarefa quado lhe é solicitado;

É aquela que descobriu porque não consegue parar de comer ou a outra que entendeu porque não consegue comer mais;

É aquele que hoje se conhece bem mais e sabe que quando está ok, não tem porque ter medo;

É aquela outra que amadureceu e entendeu que nada é eterno e que um fim também pode significar um novo começo;

É aquele luto que foi superado e hoje é lembrado apenas com saudade;

É aquela que hoje sabe do seu potencial, sabe que é sim inteligente e não permite mais que ninguém lhe diga o contrário;

É o abuso/abusador que ficou no passado, o "homem mau" ou a "mãe perversa" que não assuta mais, o poder se perdoar e perdoar os outros, por enteder suas razões...

São tantas e tantas histórias maravilhosas, de superação e de auto-conhecimento, que de nenhuma outra maneira, em tão pouco tempo, eu teria a possibilidade de ver meus pacientes indo e vindo da terapia com uma segurança de estarem progredindo na vida, em busca da tão sonhada tranquilidade do dia-a-dia.

O mais satisfatório para uma profissional de psicologia como eu, que tem prazer em ver a melhora no rosto dos pacientes, é saber que o caminho é sim doloroso, mas por pouco tempo, pois estamos caminhando rumo à cicratização. É poder fazer uma pessoa se conectar com suas emoções mais primitivas numa sessão e ver o progresso estampado no seu rosto na semana seguinte!

Nestes 11 meses de EMDR, pelo menos 5 pacientes já tiveram alta e suas melhoras fez com que amigos, familiares e pessoas próximas, viessem em busca de auxílio, o que é muito bom, pois expandimos a rede e tornamos mais sonhos possíveis de serem vividos. O EMDR proporciona um encontro com nós mesmos, um olhar cuidadoso para a nossa crinça interior, aquela que sofre e chora baixinho no travesseiro, antes de dormir.

Permita Deus que eu possa ajudar muitas pessoas ainda, pois estou recém começando minha caminhada. Nada é por acaso e eu sei que qualquer um de nós pode ser como sempre desejou.

Se você ainda não descobriu os porquês de sua vida e isso tem lhe feito sofrer, venha, eu lhe ajudo a descobrir e a encontrar a sua felicidade!

5 de mai. de 2012

13 de mar. de 2012

Como acontece o trauma a nível cerebral

Para que seja possível entender o que ocorre no cérebro durante a “formação” de um trauma, é importante entender dois termos: armazenamento de memória e processamento de informações. Um exemplo, para entender melhor, é de uma filha que procura o carinho do pai e este, sem perceber, faz um movimento deliberado e acerta a menina, machucando-a. Assim, ela acaba por experimentar um intenso afeto negativo, fazendo com que desenvolva uma crença negativa de si mesma e da cena, como por exemplo: “Há algo errado comigo! Não mereço a amor do meu pai!”. Principalmente no caso das crianças, é normal que assumam a culpa por coisas que acontecem aos pais.

No momento da cena, a criança armazena em seu sistema nervoso apenas afeto, isto é, os sentimentos envolvidos, que podem ser de menos-valia e impotência. Armazena também algumas imagens da cena, a dor que ela sentiu, o som e demais elementos presentes no ambiente naquela hora. Aqui está o cerne do problema, o chamado alvo, segundo o Modelo de Processamento Acelerado de Informação.

Essa experiência, sem muita importância para o pai, que talvez no momento até tenha pedido desculpas ou nem dado valor, será um evento primário autodefinidor na vida dessa menina. Como as memórias são armazenadas de forma associativa, qualquer evento seguinte similar, que apresente algum tipo de rejeição, acabará se ligando ao nó e formando uma neuro-rede que será importante na definição de autovalorização desta menina.

Qualquer tipo de experiência que ela passar na vida dali em diante, seja alguma rejeição da mãe, irmãos, amigos ou colegas de escola pode ligar-se ao nó em forma de canais de informações associadas. Isso pode ocorrer, inclusive, antes mesmo de a criança ter desenvolvido a linguagem adequadamente. Todas as experiências da infância que contiverem sentimentos similares de impotência, desespero e inadequação serão armazenadas como informação, ligando-se a esta neuro-rede organizada ao redor do nó daquela experiência que foi a primeira.

Infelizmente, as experiências positivas não serão assimiladas e armazenadas nesta mesma neuro-rede, pois seu nó é definido por um afeto negativo. Da mesma forma ocorre quando uma experiência boa faz com que essa mesma criança crie conexões numa neuro-rede positiva, com afeto positivo. As demais experiências que se associarem à primeira por semelhança de afeto ou sensação fortalecerão o alvo, onde dificilmente um afeto negativo estará ligado.

Assim, passam-se os anos e aquela menina cresce com algumas crenças sobre si mesma e sobre os outros. Acaba criando resistência em alguns relacionamentos, dificuldade na escola, no trabalho etc. Tudo isso por um fato que, aparentemente, não teve significado no momento, mas que para ela foi o marco de uma rede associativa negativa complexa.
Usando de terapia convencional, esta menina, quando já mulher, levaria anos tentando entender porque seus relacionamentos não dão certo, por que se sente inferiorizada no trabalho, por quê, por quê, por quê... Já com o EMDR, mesmo ela não lembrando da cena original, pegamos um evento do cotidiano que a incomode e deslizamos para o passado: “Em que outros momentos da sua vida você se sentiu assim ou teve pensamentos sobre si mesma desta forma?” Se ela não acessar a memória-alvo, pegamos a memória mais antiga. O reprocessamento, através dos Movimentos Bilaterais, fará com que aquele alvo seja acionado e venha através de sensação semelhante, lembrança da cena ou de algum elemento dela. Limpamos a cena e ela conseguirá elaborar cognições mais positivas sobre si e sobre o evento, deixando aquilo no passado e seguindo sua vida sem esta sombra negativa.

2 de mar. de 2012

Você se enquadra em algum desses casos?

- Pessoa com fobia ou transtorno de pânico; - Vítima de algum crime ou policial que vivencia violência nas ruas;
- Pessoa que sofre com a perda de algum ente querido ou com a morte de alguém durante acidente de trabalho;
- Pessoa com trauma decorrente de desastres naturais;
- Vítima de violência sexual ou emocional;
- Vítima de acidentes, cirurgias e incêndios;
- Vítimas de disfunção sexual, com causa emocional;
- Pessoa com relação patológica de compulsão por jogos de azar, compras, bebida, comida, drogas etc;
- Pessoa envolvida com negócios, artes e esportes que deseja melhorar seu desempenho;
- Pessoas com ampla variedade de TEPT – Transtorno do Estresse Pós-Traumático, após assalto, sequestro ou qualquer outra ameaça à integridade física;
- Crianças com enurese ou encoprese em idade avançada (não segura o xixi ou o cocô);
- Criança com dificuldade para dormir, com pesadelos, terror noturno ou choro sem razão;
- Adulto ou criança com dificuldade de adaptação, o que gera ansiedade;
- Pessoa com dificuldade de falar em público ou expor sua opinião em pequenos grupos;
- Adultos ou crianças com medos sem razão específica, como medo de altura, de escuro, de lugar fechado, de elevador, de muita gente, de certos animais, de dirigir, de voar de avião, de andar de barco, de agulha, de cirurgia, de exame de tomografia, etc.

“A natureza disfuncional das memórias traumáticas, incluindo a forma como são armazenadas, permite que crenças e afetos negativos do passado penetrem na vida presente”. Isto significa que quando uma vivência não é cicatrizada no momento em que ocorre, fará com que a pessoa resgate e reviva a situação sempre que algo na cena se assemelhar com o vivenciado no passado.

A utilização do EMDR para processar estes eventos do passado possibilita que os afetos e as crenças do presente se tornem mais positivas e fortalecedoras, se difundindo pelas memórias associadas e levando a pessoa a comportamentos espontâneos mais adequados.

Com o EMDR você pode ter uma vida normal, sem precisar se preocupar quando tiver que fazer aquilo que hoje lhe causa medo ou desconforto.

24 de fev. de 2012

Como é o tratamento usando EMDR?

Um tratamento com EMDR consiste em seguir um protocolo de 8 fases, que começa com uma sessão de anamnese, em que todos os dados da vida da pessoa que possam ser úteis ao tratamento, que tenham relação com o trauma, são expostos. Nesta primeira sessão, também é explicado o funcionamento da técnica e tiradas todas as dúvidas que o paciente
possa ter.
Num segundo momento, escolhemos qual estímulo bilateral o paciente se sente mais á vontade para usar, entre o visual, tátil ou auditivo. Também é instalado um lugar tranqüilo imaginário, para que o paciente possa se acalmar, tanto durante as sessões quanto sempre que precisar, no dia-a-dia, servindo como um recurso tranquilizador. Ainda nesta sessão, escolhemos o alvo a ser trabalhado, encontramos, junto com o paciente, as crenças positiva e negativa que existam envolvendo este alvo e medimos o grau de perturbação desta cena a ser reprocessada.
Se ainda existe tempo na sessão, iniciamos o reprocessamento, fazendo os movimentos bilaterais, previamente escolhidos, enquanto o paciente pensa na cena do trauma, ou do incômodo  que serve como alvo de trabalho. A partir daqui, deixamos que o cérebro dele cicatrize a ferida que foi impedida de se curar normalmente no momento da cena traumática. Enquanto fazemos a estimulação bilateral, estimulamos o cérebro a fazer a ponte entre os hemisférios direito e esquerdo, emocional e racional. Os movimentos são feitos por um tempo e depois perguntamos ao paciente o que veio à mente durante a estimulação. Isso se repete até que a cena não mude, ou que ele perca acesso á cena original do trauma. Neste meio tempo, o cérebro viaja, trazendo à tona lembranças que, muitas vezes, parecem não ter relação alguma com a memória traumática, mas que possuem alguma relação, seja por darem ao paciente a mesma sensação física, alguma lembrança visual semelhante, ou auditiva (tom da voz), enfim, qualquer um dos sentidos que foi exposto não só naquele momento do trauma, mas nas demais cenas que se seguiram e que se relacionaram.
Aos poucos, o paciente vai dessensibilizando o alvo, criando redes de cognições mais positivas e diminuindo a sensação incômoda da cena inicial. Geralmente, na medida em que o grau de perturbação vai diminuindo, a crença positiva vai aumentando. O objetivo é chegar com o grau de perturbação em zero e a crença positiva em 7, sendo assim considerada totalmente verdadeira para o paciente.
Numa sessão seguinte, fazemos a avaliação de como foi a semana ou os dias em que ele ficou reprocessando sozinho, pois no consultório iniciamos o trabalho e depois, em casa, quando o paciente dormir, seu cérebro tenderá a continuar o processo, limpando o que ainda falta, através de sonhos, lembranças ou tranquilizando mais a sensação ruim inicial. Isso se dá, pois o que forçamos durante a sessão é um reprocessamento que o cérebro está acostumado a fazer durante o sono REM, período em que elaboramos tudo o que vivenciamos durante o dia. Se nesta sessão, surgir algum incômodo da cena alvo, reprocessamos até zerar novamente. Nem sempre zeramos na primeira ou segunda sessão, pois depende de quantos canais de memória o alvo apresenta. Se for um trauma simples, geralmente em duas sessões se resolvem. Se tiverem mais canais, pode-se levar de quatro ou cinco sessões.
Depois de zerado, poucas são as possibilidades de aumentar a perturbação entre uma sessão e outra. O paciente supera o que há muito lhe perturbava.

16 de fev. de 2012

EMDR e o fim do medo de altura em duas sessões

Atendi lá por agosto de 2011 um rapaz, com 26 anos, que me falou da única coisa que o deixava ansioso: altura. Trabalhava num prédio de dez andares e nem podia ver as pessoas próximas à janela.
Só de falar naquilo, ele já começou a suar nas mãos. Mostrou-me um vídeo que tinha no celular, de um rapaz fazendo malabarismos com uma bicicleta no alto de um prédio. Aquilo pra ela era muito angustiante de ver, de imaginar o perigo ali, mesmo que não fosse ele naquele prédio.
Tentei fazê-lo lembrar de uma cena onde o medo começou e ele se lembrou de uma vez, de quando tinha uns 10 anos, e estava na sacada da casa de uma prima. A crença negativa era: estou em perigo. Ele só chegara perto do parapeito da sacada e olhara para baixo, nada mais aconteceu. Dali em diante, passou a evitar lugares altos.
Fizemos uma sessão de reprocessamento e ele lembrou-se de várias cenas e vídeos que viu associados ao tema. Sempre suando nas mãos, o coração acelerado e uma ansiedade desconfortável. O nível de perturbação era 4, numa escala de 0 a 10, mas seu corpo reagia muito àquelas lembranças.
Ao final de uns 25 minutos de reprocessamento, ele já não sentia desconforto algum. Disse que pensar na cena da casa da prima não lhe remetia a nenhum medo ou insegurança, mas pensar em chegar à janela do 8° andar do prédio onde trabalhava lhe dava certo desconforto ainda.
Então, na próxima sessão, perguntei como havia ficado o medo de altura. Ele disse que a cena original não lhe causava mais desconforto. Mas ainda não conseguia chegar perto da janela de seu andar, onde trabalhava.
Trabalhamos esta cena. Pedi que pensasse nela e no que sentia fisicamente enquanto eu fazia os movimentos bilaterais. Depois de uma meia hora de reprocessamento, ele disse não sentir mais nada. Entendia que precisava de cuidado ao estar num lugar alto, como uma sacada aberta num 8° andar, mas que pensar naquilo já não lhe fazia suar, nem palpitar, muito menos se preocupava de ver alguém ali, como antes. Em sua imaginação, até se viu escorado no parapeito, conversando tranquilamente com colegas de trabalho, como vários faziam diariamente. Até olhar o vídeo que me mostrou na 1ª sessão não lhe fazia ter qualquer desconforto, físico ou emocional.
Fomos à sacada do meu consultório e ele pode contemplar a vista, sem sentir medo algum. Sentia-se liberto de algo que há muitos anos o incomodava. Não era um pânico, mas um desconforto e uma sensação de que se olhasse para baixo, ia cair. Tudo havia ido embora.

14 de fev. de 2012

EMDR

O que é EMDR? EMDR é uma sigla da expressão inglesa Eye Movement Desensitization and Reprocessing, que em português significa Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares. Esta técnica de psicoterapia foi descoberta em 1986 pela americana Francine Shapiro meio que por acaso. Inicialmente foi utilizada para tratar Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) e traumas em geral. Com o passar dos anos e com o aprofundamento dos estudos e dos atendimentos clínicos, ela descobriu que o EMDR servia para tratar outros tipos de medos, pânicos, fobias, adicção a drogas, depressão, ansiedades e assim por diante. A técnica utiliza a estimulação bilateral através de um dos sentidos (visão, audição ou tato), como será explicada de forma pormenorizada mais adiante.

Segundo Francine (2007), o EMDR entra no Brasil na brecha da insatisfação com as psicoterapias tradicionais, que levam muito tempo e trazem poucos resultados para o tratamento dos traumas. O objetivo principal ao desenvolver esta técnica era trazer alívio imediato a sintomas como pensamentos intrusivos, flashbacks, distúrbios de sono e problemas de relacionamento, os quais os pacientes com TEPT vivenciavam diariamente. A autora percebeu que havia algo em nível de armazenamento da memória do trauma envolvida no processo e passou a se dedicar aos estudos do cérebro.

Quando uma pessoa passa por um momento muito estressante, doloroso ou traumático, armazena a memória daquela cena no hemisfério direito do cérebro, na memória emocional. Por não ter ligação com o hemisfério esquerdo, o da fala, a pessoa não consegue descrever o que passou ou o que sentiu, só sabe que é algo muito forte e que não tem palavras para explicar. Ao utilizar a estimulação bilateral do EMDR, o cérebro ameniza a carga emocional sentida, reprocessa o momento doloroso e as cenas traumáticas parecem mais distantes, mais leves e mais fáceis de serem explicadas dali em diante.

O trauma faz com que a pessoa crie cognições negativas acerca de si mesma e do mundo que a cerca, por exemplo: quem foi assaltado, crê que sempre estará em perigo ao sair na rua. É uma crença negativa do mundo e falsa aos olhos dos outros, mas muito verdadeira para quem sofreu o assalto. O EMDR também trabalha para reverter esta crença negativa em uma positiva, pois inclui, ao mesmo tempo, a dessensibilização e a reestruturação cognitiva de memórias e atributos pessoais. Outro exemplo é de quem foi abusado sexualmente e tem a crença de si mesmo de que foi culpado daquilo. O EMDR dessensibiliza o momento angustiante, fazendo com que aquela pessoa possa ter uma vida social e amorosa normal, sem a interferência daquele momento. Então, ele ainda reprocessa a cena no cérebro do paciente, fazendo com que ele se dê conta de que não teve culpa na verdade, mas foi vítima de uma pessoa ou de uma situação que não teve como se sair melhor.

Seja bem vindo!!

Criei este blog para mostrar a vocês um pouco mais sobre meu trabalho, minha paixão e esta técnica, EMDR, que tem me seduzido a cada dia que passa. Não só encontrei uma metodologia de trabalho, mas também, e o mais importante, uma forma de ajudar aqueles que me procuram com algum sofrimento emocional. Essa técnica me dá a possibilidade de ajudar essas pessoas em poucas sessões, a terem uma vida melhor, a se conhecerem e a entenderem as razões de seus sofrimentos e de suas dificuldades hoje.

A cada nova postagem, você vai entender do que estou falando. O EMDR é uma revolucionária técnica de psicoterapia breve e focal, que obtém resultados rápidos e permanentes, para qualquer sofrimento emocional, principalmente aqueles decorrentes de traumas de infância ou Estresse Pós-Traumático (TEPT).

Seja bem vindo e aproveite. Que seja pra você um prazer ler meu blog como é pra mim escrevê-lo.